As Cidades e a Construção Informal
Ciclo de Documentários na Casa da Achada
Insere-se no âmbito do Colóquio
Políticas de Políticas de Habitação
e Construção Informal
Programa:
Todas as 3ªs feiras de Janeiro às 18h30 e às 21h30
4 Jan
18h30 - Continuar a Viver ou Os Índios da Meia-Praia de António da Cunha Teles, 108’
“Continuar a Viver ou Os Índios da Meia-Praia” (1976) é um documentário português de António da Cunha Teles que oscila entre o filme etnográfico e o cinema militante. Esta obra retrata uma comunidade piscatória do Algarve nas imediações de Lagos, que, depois da Revolução dos Cravos, nos dois anos que se seguiram, viveu nesse local uma experiência particular: com o apoio de uma equipa do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), meteram mãos à obra, para deixarem de viver em barracas, numa iniciativa de auto-construção. Este filme ilustra alguns dos debates, dúvidas e inquietações com que se depararam estes moradores durante a fase da elaboração do projecto, e da construção das casas. A música sobejamente conhecida de José Afonso, “Os Índios da Meia Praia”, do álbum “Com as minhas tamanquinhas”, foi composta para a banda sonora do filme de Cunha Teles, pretende homenagear a experiência dos moradores da Aldeia da Meia Praia.
21h30 - Elogio ao ½ de Pedro Sena Nunes, 70’
Elogio ao Meio ½, de Pedro Sena Nunes é um documentário sobre os "índios da Meia-Praia", comunidade que foi de Monte Gordo Viver para Lagos, para a Aldeia da Meia-Praia. O filme dá voz às pessoas que vivem no bairro 25 de Abril, que se situa entre o mar e a linha de comboio e cuja população tem crescido à medida que os mais novos se casam. Ouvindo pessoas de várias idades, o realizador, perscutou os seus quotidianos e os seus momentos de lazer. Este documentário proporciona um olhar actualizado sobre os "Índios da Meia-Praia". Permite conhecer as histórias contadas na primeira pessoa do passado do bairro, da auto-construção, da presença do SAAL durante o PREC, dos sonhos não concretizados, do seu quotidiano e dos sonhos dos moradores do bairro 25 de Abril nos dias de hoje.
11 Jan
18h30 - Paredes Meias de Pedro Mesquita, 53’
O Conjunto Habitacional da Bouça, situado na Rua da Boavista (Porto), é um projecto de habitação económica desenhado pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira. Situado numa das zonas de maior pressão imobiliária da cidade, o bairro demorou trinta anos a ser concluído. Hoje, as casas construídas em regime de custos controlados gozam de uma situação única na malha urbana tanto em termos de acessos como de qualidade de projecto. Ao longo de quase três décadas, houve quem visse ali um foco de problemas sociais, enquanto outros criticavam a degradação de uma obra emblemática do mais internacional dos arquitectos portugueses. Mas para quem lá vivia o bairro era um sonho por realizar... Cumprida a ambição de ver o bairro terminado, os habitantes instalados na primeira fase recebem agora aqueles que acabam de comprar casa na Bouça.
21h30 - Operações SAAL de João Dias, 90’
"As Operações SAAL" é um filme de João Dias que nos leva até ao projecto de habitação SAAL implementado entre 1974 e 75. Trinta anos depois, as memórias filmadas dos actores destes processos ajudam a entender as repercussões sociais e culturais das Operações SAAL, ao mesmo tempo que um extenso acervo documental inédito ajudará a reflectir sobre os caminhos que a arquitectura e o urbanismo têm percorrido desde essa altura. Mas o alcance do filme abrange a problemática mais lata da participação democrática e cidadã nos destinos da sociedade.
18 Jan
18h30 - Vizinhos - Musgueira ou alta de Lisboa?de Tiago Figueiredo, 115′
O Bairro da Musgueira nasceu nos anos 60 num antigo olival, para os lados do Lumiar, em Lisboa. Foi feito à mão pelos desalojados da ponte Salazar, do aeroporto da Portela, das cheias de 67, e de outros locais errados onde deixou de ser possível viver. Era um bairro provisório, mas o tempo foi passando e os habitantes da Musgueira foram melhorando as casas. Nos anos 90, disseram-lhes que tinham de sair dali. Deixariam de morar em casas térreas para passar a viver em prédios de oito andares. De repente, a população da Musgueira viu o bairro desaparecer. Era a “nova cidade” que aí chegava, misturando casas de realojamento e apartamentos para classe média/alta. A velha Musgueira deu lugar à Alta de Lisboa. Entretanto vão chegando novos moradores, vizinhos improváveis, que partilham as mesmas ruas. Mas será que morar no mesmo bairro faz destas pessoas verdadeiros vizinhos?
21h30 - Via de Acesso de Nathalie Mansoux, 82’
Quando os trabalhadores vindos do campo e das colónias portuguesas chegaram a Lisboa, construíram as suas casas sobre terrenos baldios. Dezenas de bairros surgiram dessa maneira. Em 1993, o governo decretou a erradicação desses espaços de construção incontrolada. Desde então, as demolições avançam. Moradores foram expulsos e realojados em bairros sociais, outros chegaram, alguns partiram, outros nasceram. Cercado por grandes edifícios, a Azinhaga dos Besouros é um desses bairros. As últimas pessoas que aí vivem não têm direito a ser incluídas no “Programa Especial de Realojamento”. Documentando os últimos três anos desse processo, “Via de Acesso” revela com particular acuidade as insuficiências e os impasses das políticas de urbanismo e de integração na Grande Lisboa (retirado do programa do Indie Lisboa’ 08).
Quando os trabalhadores vindos do campo e das colónias portuguesas chegaram a Lisboa, construíram as suas casas sobre terrenos baldios. Dezenas de bairros surgiram dessa maneira. Em 1993, o governo decretou a erradicação desses espaços de construção incontrolada. Desde então, as demolições avançam. Moradores foram expulsos e realojados em bairros sociais, outros chegaram, alguns partiram, outros nasceram. Cercado por grandes edifícios, a Azinhaga dos Besouros é um desses bairros. As últimas pessoas que aí vivem não têm direito a ser incluídas no “Programa Especial de Realojamento”. Documentando os últimos três anos desse processo, “Via de Acesso” revela com particular acuidade as insuficiências e os impasses das políticas de urbanismo e de integração na Grande Lisboa (retirado do programa do Indie Lisboa’ 08).
25 Jan
18h30 - Op Belô de João Ramos de Almeida, 56’
Numa zona de Belo Horizonte, no Brasil, diversas comunidades de vilas e favelas batem-se por obras básicas ainda por fazer no século XXI. O documentário acompanha um processo de Orçamento Participativo, e detém-se num dia em que os porta-vozes de quase 20 núcleos residenciais carenciados apresentam e sustentam a necessidade da resolução do seu problema específico, para que no dia da votação outros bairros sejam solidários com outras causas além da sua. Os moradores decidem em votos quais as obras prioritárias a realizar. Mas entre a democracia participativa e a democracia representativa nem sempre existe um convívio harmonioso. Este documentário demonstra a prática do desafio urbanístico raramente executado – que as decisões sobre a cidade sejam tomadas somente após consulta pública (texto retirado do programa do DocLisboa 2010).
Numa zona de Belo Horizonte, no Brasil, diversas comunidades de vilas e favelas batem-se por obras básicas ainda por fazer no século XXI. O documentário acompanha um processo de Orçamento Participativo, e detém-se num dia em que os porta-vozes de quase 20 núcleos residenciais carenciados apresentam e sustentam a necessidade da resolução do seu problema específico, para que no dia da votação outros bairros sejam solidários com outras causas além da sua. Os moradores decidem em votos quais as obras prioritárias a realizar. Mas entre a democracia participativa e a democracia representativa nem sempre existe um convívio harmonioso. Este documentário demonstra a prática do desafio urbanístico raramente executado – que as decisões sobre a cidade sejam tomadas somente após consulta pública (texto retirado do programa do DocLisboa 2010).
21h30 - Dia de Festa de Toni Venturi e Paulo Georgieff, 77’
O documentário revela a vida de quatro mulheres líderes do movimento MSTC (Movimento dos sem Tecto do Centro) em São Paulo – Neti, Silmara, Janaína e Ednalva – que, à frente de centenas de famílias na luta por um tecto, mostram que encontraram, no movimento, uma forma de manter a sensibilidade e, principalmente, a dignidade. Este movimento ocupa edifícios devolutos em nome do direito a uma habitação condigna e rejeita que as populações mais pobres tenham que viver na periferia. Depois das famílias procederem à ocupação de um edifício começam a fazer obras para as pessoas que passaram a habitar o edifício possam ter acesso a luz e água. Restruturam todo o edifício dividindo cada divisão, conforme o seu tamanho, em uma ou mais habitações para as famílias. Espaços como cozinha e casa de banho, são comuns a várias famílias. Este fime retrata alguns despejos, assembleias, quotidianos dos moradores e relatam uma história de sucesso, que foi um edifício ocupado, que o movimento conseguiu, através de várias formas de reivindicação, que o Estado reabilitasse e destinasse o edifício para para habitação das famílias que realizaram a ocupação.
O documentário revela a vida de quatro mulheres líderes do movimento MSTC (Movimento dos sem Tecto do Centro) em São Paulo – Neti, Silmara, Janaína e Ednalva – que, à frente de centenas de famílias na luta por um tecto, mostram que encontraram, no movimento, uma forma de manter a sensibilidade e, principalmente, a dignidade. Este movimento ocupa edifícios devolutos em nome do direito a uma habitação condigna e rejeita que as populações mais pobres tenham que viver na periferia. Depois das famílias procederem à ocupação de um edifício começam a fazer obras para as pessoas que passaram a habitar o edifício possam ter acesso a luz e água. Restruturam todo o edifício dividindo cada divisão, conforme o seu tamanho, em uma ou mais habitações para as famílias. Espaços como cozinha e casa de banho, são comuns a várias famílias. Este fime retrata alguns despejos, assembleias, quotidianos dos moradores e relatam uma história de sucesso, que foi um edifício ocupado, que o movimento conseguiu, através de várias formas de reivindicação, que o Estado reabilitasse e destinasse o edifício para para habitação das famílias que realizaram a ocupação.
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